
Quando o povo fala que o amor pode mudar as pessoas eu não sei se muda mesmo, mas que bichinhos mudam mudam, Lya é a prova disso.
Lya apareceu em minha vida numa noite de novembro passado, voltando da casa de um amigo vi uma coisinha pequena comendo lixo na rua, nossa aquilo cortou meu coração.
Dias depois voltando da faculdade eis que ela cruza na minha frente, entrando em baixo de um carro, não tive dúvidas, me abaixei e peguei a danada, ali ela já deu provas que não era assim que a banda tocava, pulou do meu colo e se meteu de novo em baixo do carro, dessa vez foi mais difícil pegá-la, mas deu, ainda bem que moro perto de onde achei, senão não tinha dado tempo de chegar, quando entrei no elevador, Gsuis abençoado, a doida pulou de cima do caderno onde transportei ela, ficou dando pulos selvagens dentro do elevador e eu apavorada, como que eu ia conseguir tirar aquela fera dali de dentro, mas deu, por um segundo ela se acalmou e consegui, foi o tempo de entrar pela porta que ela já pulou de novo, correu pro banheiro da área de serviço se emburacou naquelas estantes plásticas e por lá ficou, só saia pra comer e usar a caixa de areia.
Quando fazia uma semana que ela tava comigo, achei que já tava mais calma, levei no vet, o céus...ela foi direitinha, mas na hora de dar vacina, fazer exame ela teve acho que uma parada qualquer coisa e desmaiou, gentemmm pensem no desespero, achei que ela tinha cruzado a ponte, mas voltou, o susto foi grande.
Lya não saia do banheiro, não circulava pela casa nada, tudo muito estranho, mais um gato, um cachorro, 2 humanos, muita coisa nova.
Super arisca, não podiamos chegar perto, tocar nada, virava uma fera, rosnava, se é que gatos fazem isso, stress total.
Em dezembro ela entrou no cio e ai ficou mais amigável, já brincava com Gatta e nos deixava chegar mais perto, mas nada de carinho ainda.
Em janeiro ela ficou doente, sofreu tanto a gordinha, mas se tiver um lado bom em tudo isso foi que ela ficou mais sociável, já conseguiamos fazer um pouco de carinho.
A amizade com Gatta ficou linda, super companheiras, sempre brincando, Mel ela desconhece, nem sabe que existe, pobre da minha outra gorda.
Hoje passados 9 meses da chegada dela a nossa vida, que diferença, tá um amor, ronrona, vira de barriga pra cima pra ganhar carinho, AMA meu marido, escolheu uma camisa dele pra passar o dia dormindo, não pode o ver chegando que já se derrete toda por ele, lógico que morro de ciúmes né?
O engraçado nela é que ela não suporta que a tirem do chão, ela precisa ficar com as patinhas sempre no solo, colo é algo impossível, com ela no chão podemos fazer todo o carinho que desejamos, até ela se encher, lógico e mostrar que não quer mais, se falasse diria como Miranda Priestly em O diabo veste prada "that´s all".
Lya não é mais a sombra da gatinha que chegou em nossa casa uma noite de novembro, assustada, receosa de carinho e amor, após meses de dedicação e comida, sim porque pra ela o que interessa é a comida que eu sei, a gatinha pequena como meu marido fala é um doce, meiga, carinhosa, só não gosta que peguem nas patinhas dela, mas Gatta também não é fã disso não.
Nossas vidas ficam mais alegres e recompensadas por cada demonstração de carinho dela.